É tarde. Saio depressa do autocarro depois de uma viagem de mais de 2 horas. Tenho sono. Apresso-me para o táxi na esperança de estar em casa depressa. Entro no carro. Balbucio a morada de destino. Partimos.
Primeiro semáfro. Paramos lado a lado com outro táxi, uma viatura mais recente do que aquela que me transporta. O motorista do meu táxi, um senhor cinquentão de bigode simpático, alinha-se com o outro carro, como numa corrida. Acena ao outro motorista. Cai o sinal verde. Os carros aceleram, o meu táxi ultrapassa velozmente o outro no arranque. O outro entretanto vira. Nós voltamos à velocidade normal.
O taxista interrompe o silêncio. De olhos brilhantes de satisfação, explica-me “Este carro era um carro familiar! Tem 10 anos! Mas compete com qualquer um da praça! Uma semana depois de entrar ao serviço, teve uma avaria, mas depois nunca mais parou. E essa avaria foi uma coisa muito simples: partiu-se o apoio do motor. A menina sabe o que é o apoio do motor? É uma peça simples e fácil de se trocar. A menina mete o macaco no carro, levanta, mete-se debaixo do carro, localiza o apoio, pega, roda, roda, roda, ROOOODAAAAAAAA… depois retira-o, mete o novo. Não tem nada que saber! Até uma criança faz isso! Percebeu menina?”
Tento, mas não consigo responder. Rio à gargalhada sem qualquer controle. O senhor ri também! Diz-me “É bom encontrar pessoas bem dispostas”. Também acho! Especialmente, é bom encontrar um taxista que não tenta extorquir-me o dinheiro da bagagem e ainda me dá formação sobre mecânica!
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