quinta-feira, 28 de junho de 2007

Dilemas na estrada


Já me aconteceram algumas peripécias na estrada … mas nenhuma que me fizesse rir tanto como esta que vou relatar. É claro que a experiência só foi divertida porque tinha todo o tempo do mundo e não tinha horas marcadas para nenhum compromisso. Caso contrário … a minha reacção seria bastante diferente.
Como é que vocês reagiriam se no meio duma estrada com trânsito constante perante um semáforo VERDE o carro da frente abrandasse e parasse, imobilizando-se perante tal luminosidade?!?!?! Uma buzinadela (pequenita …) não o demoveu … e apenas a cor VERMELHA motivou o senhor a arrancar, deixando-me num dilema: sigo-o ou respeito o sinal luminoso?!?

Toda esta situação, para além de uma gargalhada, suscitou-me uma dúvida. Onde está escrito que temos que parar perante o sinal vermelho? Andei à procura da resposta no Código da Estrada, e não encontrei!!! Se eu não encontrei … o senhor também não deve ter encontrado! E por isso achou que faria muito mais sentido avançar com a cor vermelha do que com a cor verde. E porque não???? Quem sou eu para o contrariar?

terça-feira, 26 de junho de 2007

Conversas desalinhadas

M. – Tenho um cãozinho novo. Chama-se Sete Sóis em honra da personagem principal do romance do José Saramago.
R. – Sete Sóis????????? Que horror!! Devia dar-lhe um nome mais macho, do tipo Savimbi, Nero ou Tarzan! Eu já tive um cão e chamava-se Gouffie.

………………………

A. – Ai colega, não sei como é que consegues estar casada com um homem que trabalha na recolha do lixo! Deitares-te com alguém que passa o dia todo a mexer em imundice!
M. – Não me incomoda. O que é que faz o teu marido?
A. – É coveiro!

segunda-feira, 25 de junho de 2007

No banco de trás de um táxi...

É tarde. Saio depressa do autocarro depois de uma viagem de mais de 2 horas. Tenho sono. Apresso-me para o táxi na esperança de estar em casa depressa. Entro no carro. Balbucio a morada de destino. Partimos.

Primeiro semáfro. Paramos lado a lado com outro táxi, uma viatura mais recente do que aquela que me transporta. O motorista do meu táxi, um senhor cinquentão de bigode simpático, alinha-se com o outro carro, como numa corrida. Acena ao outro motorista. Cai o sinal verde. Os carros aceleram, o meu táxi ultrapassa velozmente o outro no arranque. O outro entretanto vira. Nós voltamos à velocidade normal.

O taxista interrompe o silêncio. De olhos brilhantes de satisfação, explica-me “Este carro era um carro familiar! Tem 10 anos! Mas compete com qualquer um da praça! Uma semana depois de entrar ao serviço, teve uma avaria, mas depois nunca mais parou. E essa avaria foi uma coisa muito simples: partiu-se o apoio do motor. A menina sabe o que é o apoio do motor? É uma peça simples e fácil de se trocar. A menina mete o macaco no carro, levanta, mete-se debaixo do carro, localiza o apoio, pega, roda, roda, roda, ROOOODAAAAAAAA… depois retira-o, mete o novo. Não tem nada que saber! Até uma criança faz isso! Percebeu menina?

Tento, mas não consigo responder. Rio à gargalhada sem qualquer controle. O senhor ri também! Diz-me “É bom encontrar pessoas bem dispostas”. Também acho! Especialmente, é bom encontrar um taxista que não tenta extorquir-me o dinheiro da bagagem e ainda me dá formação sobre mecânica!

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Linha de letras: Mia Couto

Mia Couto está em Portugal e esteve ontem à conversa com a jornalista Judite de Sousa, na RTP1. Para grande pena minha, consegui apenas apanhar o final da conversa.

Sou fã da sua escrita, da sua capacidade de inventar palavras e de nos transportar para o misticismo africano, de grande ligação à natureza como força sobrenatural.

Mia Couto nasceu em Moçambique, adoptando o nome Mia porque o seu irmão mais novo não conseguia pronunciar Emílio e também devido à sua grande paixão por gatos (desde pequeno dizia a sua família que queria ser um deles). É autor de diversas obras, da poesia aos contos, do romance às crónicas. Pessoalmente, recomendo o “O Fio das Missangas” e “O último voo do Flamingo”, deixando-vos um cheirinho deste último:

Havia um lugar onde o tempo não tinha inventado a noite. Era sempre dia. Até que, certa vez, o flamingo disse:– Hoje farei meu último voo!
As aves, desavisadas, murcharam. Tristes, contudo, não choraram. Tristeza de pássaro não inventou lágrima. Dizem: lágrima dos pássaros se guarda lá onde fica a chuva que nunca cai
.”
(Mia Couto, O último voo do flamingo)

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Chegou o Verão ... ou não!!!



O Verão - a estação mais quente do ano - chegou hoje às 13:26. Não parece, mas chegou!!!

Dizem os mais entendidos, leia-se os meteorologistas, que vai ser o Verão mais quente dos últimos anos, ou mesmo décadas - a estender-se até Outubro. Eu, contudo, espero que, mais uma vez, a ciência da meteorologia falhe nas suas previsões. Correndo o risco de ser corrida com comentários menos simpáticos, tenho que reconhecer que estou a rezar afincadamente a todos os santos e santinhos (e não só a São Pedro) para que este Verão seja fresquinho, fresquinho, fresquinho!!!! Calor … só na 1ª semana de Julho. Depois disso … pronto, vá lá … assim umas temperaturas medianas ao fim-de-semana.

Quem me conhecer … perceberá a razão e talvez me consiga desculpar!!!

A 1ª Vez

Da próxima vez que me perguntarem "Como foi a tua 1ª vez?" ... terei que pensar na 1ª vez que comi num chinês, que cortei o cabelo à rapaz, que andei de avião, que calcei uns sapatos de salto alto, que fui a uma discoteca, que dei um “beijo de língua”, que participei numa manifestação, que mergulhei no Mediterrâneo, que enviei e recebi um email, que andei de camelo, que fui a um concerto dos Xutos e Pontapés, que vi a neve, que ramblei, que votei, que praxei e fui praxada, que “enchi a cara”, que vi o sol nascer, que postei no nosso blog!!!!

Estreia hoje!!!


terça-feira, 19 de junho de 2007

Exame nacional de matemática

O público de hoje dedicou uma página inteira ao exame nacional de matemática, ainda antes de se realizar. E porquê? Porque, este ano, o exame tem mais 30 minutos do que nos anos anteriores e vai decorrer das 11.30 às 14 horas.

Que o horário pudesse ser melhor escolhido, não colidindo com a hora de almoço, até posso concordar. Mas que o Público dedique uma página inteira ao assunto, para dizer essencialmente que os alunos podem não comer antes do exame, ter uma fraqueza no decurso da prova e obter maus resultados já me parece demais. Mais, sugerir que o Ministério da Educação possa ser responsabilizado pelos maus resultados de alunos que não comeram antes do exame e não conseguiram concentrar-se por causa da fome, parece-me anedótico. Quer dizer, se eu hoje não comer nada e me der um piripaque no trabalho, a culpa é do meu chefe? Tenham paciência!

Já estou mesmo a imaginar as justificações dos pobres alunos que possam tirar más notas: “Ai! UI! Tive uma má nota porque com os nervos não consegui comer nada antes do exame e depois bloqueei” ou então “É pá, eu nunca como de manhã e apesar de hoje ter um exame que durava 3 horas, não quis mudar a rotina. Depois, tive uma fraqueza e saí a meio” ou melhor ainda “Eu sou anoréctico e nunca como nada, mas hoje senti fome durante o exame de matemática e não pude sair. Então fui parar ao hospital e chumbei ao exame”.

A meu ver, se alunos do 12º ano não tomam o pequeno-almoço nem comem nada antes de um exame que dura quase 3 horas, então é porque não conhecem as regras mais básicas da alimentação humana, que é dada logo no ensino primário. Portanto, não vale a pena irem para a universidade! Eu, como contribuinte, temo que os meus impostos sirvam para financiar os estudos superiores deste tipo de pessoas: quem sabe um dia não sou acusada porque um aluno desmaiou numa festa académica com a bebedeira? Afinal se não tivesse entrado numa universidade pública, não frequentaria festas académicas, não teria apanhado bebedeiras nem caído.

Aliás, esta lógica é interessante. No fundo, se me der uma tontura aqui frente ao computador, poderei sempre culpar a comunidade blogosférica. Afinal, por vossa causa, já estou aqui há uns 20 minutos sem comer!

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Quando a ciência é divertida...

Após o post inaugural deste blog, fui assaltada por mil ideias para a minha primeira postagem a sério. O Sr. Jacinto Leite Capelo Rego, os spams que inundam a minha caixa de correio electrónico, pessoas à minha volta que andam constantemente de complicómetro ligado…

Reflexão feita, decidi escrever uma espécie de post retroactivo e partilhar convosco uma das experiências mais divertidas e educativas desde que estou em Lisboa.

Há cerca de um ano, visitei o Museu de Ciência da Universidade de Lisboa. Esta seria uma visita como a qualquer outro museu, não fosse a possibilidade de aqui podermos não apenas olhar, mas também tocar, mexer, experimentar, brincar aos cientistas. O museu inclui colecções e documentação referentes às ciências exactas (Matemática, Física, Química e Astronomia) e associa a exposição de peças históricas a diversas actividades interactivas.

Na sala principal do museu, Arquimedes, Galileu e outros cientistas encarregam-se de nos acolher, acompanhados de curtas apresentações das suas descobertas. Percebe-se logo que a história da ciência é contada, em boa parte, no género masculino. Marie Curie (cientista polaca que, em 1903, recebeu o Prémio Nobel da Física) e a sua discípula portuguesa Branca Edmée Marques também marcam presença no museu, mas noutro espaço. E, entretanto, é fácil esquecê-las porque, virando a esquina, a atenção prende-se numa bola que flutua, movida por uma espécie de secador de cabelo gigante. À volta, vários painéis com botões de diversas cores apelam ao toque como forma de experimentar determinados princípios científicos. Também há um banco rotativo onde me sentei e segurando uma espécie de roda de bicicleta em movimento, pude girar consoante a orientação que ia dando à roda.

Esta parte inicial da exposição é permanente e está dividida em 7 secções temáticas, que combinam a exposição de peças históricas com experiências divertidas. As visitas não são guiadas e, assim, cada pessoa tem a liberdade de conhecer e experimentar, ao seu ritmo, as áreas que mais lhe interessam. Assim, algumas pessoas irão descobrir que aquele aparelho parecido com um secador de cabelo é um compressor e que a bola flutua porque, nos fluidos em movimento, a pressão é tanto menor quanto maior a velocidade (quer dizer, isto foi o que eu percebi da explicação, pode não ser exactamente assim…). Outras poderão descobrir as caretas fantásticas que se podem conseguir num caleidoscópio ou ter ilusões ópticas que nos parecem absolutamente reais (pena não haver nenhuma ilusão óptica com o George Clooney!)

Após as salas de exposição interactiva, segue-se uma secção onde o visitante pode apenas contemplar os objectos expostos. Não foi menos interessante, já que conheci dois cientistas portugueses de quem nunca tinha ouvido falar: Branca Edmée Marques e Manuel Valadares, que foram docentes na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa no início do século XX. Branca Edmée Marques criou o primeiro laboratório de Radioquímica em Portugal e Manuel Valadares iniciou a investigação em Física Atómica e Nuclear.

No rés-do-chão do museu localiza-se o Laboratorio Chimico da Escola Polytechnica. Segundo os funcionários do Museu, “é um testemunho raríssimo da história da Química na passagem do século XIX para o XX. Na altura em que foi criado, foi reconhecido como um dos melhores da Europa”.

Localizado no edifício da Escola Politécnica, o Museu de Ciência oferece ainda um Observatório Astronómico, um Planetário, exposições temporárias e cursos livres. À saída, quem quiser pode deixar a sua impressão, e testemunhar, como algumas das crianças que já passaram por lá, que afinal a ciência pode ser “Bué da Fixe”, “Baril” e “Muita intressante”.

sexta-feira, 15 de junho de 2007

O início!

Após muitos meses de gestação, nasce finalmente o “Trintas por uma linha”. A bem da sociedade em geral (e especialmente das pessoas que já não nos podem aturar ao vivo ou no messanger), as suas criadoras, Trintinha e Trintona, consideram que é hora de conquistar a blogosfera!!!

A nossa grande riqueza vocabular e a capacidade de termos sempre algo para dizer fazem de nós concorrentes ferozes dos blogs mais visitados. Portanto, atenção: aqui vai-se escrever praticamente sobre tudo o que nos vier à cabeça.

Resta apenas agradecer às madrinhas Ariel e Moça do Filete que sugeriram o nome, e ao Dr. Sniper, que acompanhou a gestação e fez o demorado parto.