Marrocos é um mar de cores: verde forte nas planícies cultivadas, laranja acastanhado junto à linha do comboio, branco puro da neve nas montanhas do Atlas, diversas tonalidades de azul que ligam a mesquita Hassan II ao mar de Casablanca, vermelhos, laranjas, amarelos, verdes, roxos nos souks da medina de Marraquexe.
As cidades que eu visitei:
Casablanca não é tão encantadora quanto eu previa, sendo antes um grande centro urbano, ocidentalizado, onde apenas a mesquita deve motivar a visita.
Já Marraquexe é absolutamente sensacional. É um outro mundo, confuso, caótico, enérgico, as pessoas correm de um lado para o outro, a pé, de carro, de mota, de burro, de bicicleta, num qualquer outro veículo que ande, numa pressa desaforida, mas, extraordinariamente, sem causar acidentes! Entramos na Praça Jemaa el-Fna e estamos num cenário das mil e uma noites, com encantadores de cobras, malabaristas, tatuadores, músicos, vendedores de frutas e de especiarias. Passamos para a medina, e rapidamente nos esquecemos do seu aspecto degradado, inundados pelo mar de cor... E perco-me no labirinto e nos tapetes, nos brincos, nas malas, nas louças, nas roupas, nas peles, nos miúdos e graúdos que nos dão indicações para chegar à praça porque toparam que somos turistas e sabem que a probabilidade de nos perdermos é total, e agora passa uma carripana e a seguir passam duas senhoras encarrapitadas numa mota, e ai que quase sou atropelada, e ai que agora desequilibrei-me aqui para esta loja com uns brincos tão giros sem preço marcado e o dono não está mas o vizinho do lado vem negociar comigo e pede-me 50 euros por três pares de brincos e eu regateio e saio de lá a pensar que sou a maior porque consegui que ele descesse o preço para 15 euros e afinal no dia seguinte vejo brincos iguais à venda, nos arredores da medina, a apenas 1 euro cada par! Perdemo-nos na medina, damos voltas e voltas, um talhante transforma-se rapidamente em guia turístico, arranhando umas palavras de portugùês, cumprimentando conhecidos e desconhecidos, correndo, pedindo indicações, esclarecendo que o nosso mapa do guia american express é uma grande porcaria e que o melhor é comprarmos um novo no armazém do seu primo, que é certo que só existe na versão árabe, mas não há mapa mais completo, com todas as ruas, ruelas e becos, e sorrimos todos e finalmente encontramos a casa onde estamos hospedados, e somos recebidos com um excepcional chá de menta e hortelã, acompanhado com umas deliciosas bolachas marroquinas com doce de morango!
Filmes e fotos já a seguir.
2 comentários:
Olá Trintinha, ai o que eu me ri dessa tua histório de te achares uma negociadora nata! Fez-me lembrar a minha experiência na Tunisia, comprei umas pulseiras lindissimas aí por metade do preço, achei que era um bom negócio, claro que vom a descobrir que tinha sido enganada....mas fio a viagem toda assim, não vale a pena, com aquela malta tem mesmo que se fazer teatro e chorar e corares de raiva...e mesmo assim...enganam-te na mesma..adorei a tunisia, também tenho muita curisosidade relativamente a marrocos.
Pois é Madalena, ninguém engana estes vendedores! Se gostaste da Tunísia, vais adorar Marrocos, nomeadamente porque a comida é muito melhor do que a tunisina, bastante mais parecida com a nossa gastronomia! Beijinhos!
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