“A alegria e a tristeza não são como o azeite e a água: elas coexistem!” in Ensaio sobre a Cegueira
Para mim, a qualidade de um filme mede-se pela sua capacidade de me fazer sentir e pensar, de não me deixar indiferente… E o filme que fui ver ontem conseguiu-o de uma forma inigualável e fez-me voltar para casa com a vontade de me reconciliar com Saramago, perdoando-lhe a propositada escrita compacta, esquecendo que só li o “Memorial do Convento” à terceira tentativa, vencida pela intensidade e frontalidade do “Ensaio sobre a Cegueira”.
Na tela, expõe-se a complexa natureza humana e a forma como molda as relações sociais. Um ser humano pode ser capaz, em simultâneo, de sentimentos e atitudes contraditórios, como o egoísmo e o altruísmo, o oportunismo e a solidariedade, a violência e o amor, a tirania e a liberdade. A organização social é indissociável da existência humana, mas os modos de a estruturar podem ser distintos e assumir formas democráticas ou despóticas, colocando na liderança dos grupos indivíduos que nem sempre são os mais aptos, mas que seguramente são os mais espertos!
Basicamente, ver o filme é uma boa forma de percebermos, como que observadas através de uma lupa, à micro-escala, as razões que explicam que a guerra, a fome, a desigualdade e a exploração ainda persistam num mundo e num tempo marcados por um desenvolvimento económico e um progresso tecnológico sem precedentes históricos! Tem tudo a ver com o facto de, independentemente dos valores que nos orientam, sermos incapazes de eliminar as nossas predisposições inatas para o bem e para o mal.
Recomendo!
Para mim, a qualidade de um filme mede-se pela sua capacidade de me fazer sentir e pensar, de não me deixar indiferente… E o filme que fui ver ontem conseguiu-o de uma forma inigualável e fez-me voltar para casa com a vontade de me reconciliar com Saramago, perdoando-lhe a propositada escrita compacta, esquecendo que só li o “Memorial do Convento” à terceira tentativa, vencida pela intensidade e frontalidade do “Ensaio sobre a Cegueira”.
Na tela, expõe-se a complexa natureza humana e a forma como molda as relações sociais. Um ser humano pode ser capaz, em simultâneo, de sentimentos e atitudes contraditórios, como o egoísmo e o altruísmo, o oportunismo e a solidariedade, a violência e o amor, a tirania e a liberdade. A organização social é indissociável da existência humana, mas os modos de a estruturar podem ser distintos e assumir formas democráticas ou despóticas, colocando na liderança dos grupos indivíduos que nem sempre são os mais aptos, mas que seguramente são os mais espertos!
Basicamente, ver o filme é uma boa forma de percebermos, como que observadas através de uma lupa, à micro-escala, as razões que explicam que a guerra, a fome, a desigualdade e a exploração ainda persistam num mundo e num tempo marcados por um desenvolvimento económico e um progresso tecnológico sem precedentes históricos! Tem tudo a ver com o facto de, independentemente dos valores que nos orientam, sermos incapazes de eliminar as nossas predisposições inatas para o bem e para o mal.
Recomendo!
2 comentários:
Presumo então que discordes em absolluto da onda de contestação que o filme provocou nos E.U.A?! Se a contestação já me havia deixado com vontade de ir ver...as tuas palavras só aguçaram o apetite! Vou já tratar disso! Beijocas com saudades
Compreendo a decepção dos americanos: afinal eles não salvam a humanidade no final do filme e isso deve ser muito decepcionante! Concluo ainda, que muitos americanos que não terão percebido de todo a mensagem do filme: só tal explica algumas críticas, como a da Federação Nacional de Cegos dos EUA, que acusaram Saramago de retratar os cegos como incapazes e criminosos!!!
Eu adorei o filme: é muito forte, chocante até. Mas, sem duvida, brilhante! Rendi-me à obra e aos mestres Saramago e Meirelles!
Enviar um comentário